SUPORTE ORGANIZACIONAL, CAPITAL PSICOLÓGICO E SAÚDE NO TRABALHO REMOTO/HÍBRIDO: EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS EM SERVIDORES DA JUSTIÇA ELEITORAL

Autores

Palavras-chave:

Suporte Organizacional, Capital Psicológico Positivo, Ambiente Laboral Híbrido/Trabalho Remoto, Transtornos Emocionais Comuns

Resumo

Os conceitos de Capital Psicológico e Suporte Organizacional representam áreas do conhecimento que enfatizam a importância das pessoas e suas consequências no contexto empresarial, focando na motivação e nas dinâmicas psíquicas que orientam o comportamento dos indivíduos em direção a um desempenho organizacional aprimorado. Dentro desse contexto, a intenção é investigar, como o apoio oferecido pelas organizações, afeta os distúrbios emocionais frequentes entre seus os colaboradores. O problema central da pesquisa é formulado da seguinte maneira: o suporte organizacional e o fortalecimento do capital psicológico positivo têm impacto sobre distúrbios emocionais laborais, como ansiedade, depressão e estresse, em trabalhadores, na realização do trabalho híbrido ou remoto? Assim, o objetivo deste estudo é examinar o suporte organizacional promovido pela instituição, TRE/CE, para com seus servidores em regime de trabalho laboral híbrido/remoto e quais consequências relacionadas ao capital psicológico positivo, transtorno emocional e as expectativas futuras. Participaram da pesquisa 107 servidores da Justiça Eleitoral no Ceará, responderam o questionário sociodemográfico, Escala de Percepção do Suporte Organizacional (EPSO), Escala de Capital Psicológico Positivo no Trabalho (ECPP), e Escala de Ansiedade, depressão e estresse (DASS-21). Os resultados indicaram que trabalhadores com menor percepção de SOP apresentaram níveis mais altos de TEC. Verificou-se ainda que o CPP se correlacionou negativamente com os TEC e positivamente com o SOP. Além disso, trabalhadores com níveis elevados de SOP e CPP apresentaram níveis significativamente mais baixos de sofrimento psíquico. Conclui-se que, independentemente da modalidade de trabalho presencial ou híbrido/remoto, o suporte organizacional percebido e o capital psicológico positivo exercem papel relevante na promoção da saúde mental no trabalho. Espera-se que os achados subsidiem políticas institucionais voltadas à prevenção do sofrimento psíquico e à promoção do bem-estar nas organizações.

Biografia do Autor

Clayton Costa Silva, UNIVERSIDADE POTIGUAR

Mestrando em Administração na UnP

Nilton Soares Formiga, UNIVERSIDADE POTIGUAR

Doutor/Pesquisador na UnP

Antonio Jorge Fernandes

Doutor/pesquisador da UnP

Karylane Rayssa de Oliveira Pessoa Araújo

Doutoranda em Administração na UnP

Clédissa Ramone Fernandes de Oliveira Gurgel , UNIVERSIDADE POTIGUAR

Doutorando em Administração na UnP

Renata Rosalina Silva, UNIVERSIDADE POTIGUAR

Doutoranda em Administração na UnP

Referências

Aguiar, T. M., Mota-Santos, D. R., & Tremblay, D. G. (2022). O teletrabalho e as mulheres: percepções da conciliação da vida profissional e familiar. Cadernos EBAPE.BR, 20(6), 1–20.

Ali, M., & Miralan, F. (2019). Organizational adaptation and employee collaboration: Key drivers of efficiency. International Journal of Business and Management, 14(3), 45–55.

Andrade, A. P. (2017). Comportamentos de cidadania organizacional: uma análise dos efeitos no ambiente de trabalho. Revista de Psicologia Organizacional, 12(1), 34–45.

Avey, J. B., Luthans, F., Smith, R. M., & Palmer, N. F. (2010). Impact of positive psychological capital on employee well-being over time. Journal of Occupational Health Psychology, 15(1), 17–28. https://doi.org/10.1037/a0016998

Barros, A. M., & Silva, J. R. G. (2010). Percepções dos indivíduos sobre as consequências do teletrabalho na configuração home-office: Estudo de caso na Shell Brasil. Revista de Administração Contemporânea, 14(3), 456–475.

Bellmann, L., & Hübler, O. (2020). Working from home, job satisfaction and work–life balance – Robust or heterogeneous links? International Journal of Manpower, 41(3), 424–441.

Boonen, E. M. (2002). As várias faces do teletrabalho. Revista Economia & Gestão, 2(4–5), 106–127.

Braquehais, A. P., Wilbert, J. K. W., Moresi, E. A. D., & Dandolini, G. A. (2017). O papel da cultura organizacional na gestão do conhecimento: Revisão de literatura de 2009 a 2015. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, 7(1), 80–93. https://doi.org/10.21714/2236-417X2017v7n1

Brasil. Conselho Nacional de Justiça. (2016). Resolução nº 227, de 15 de junho de 2016: Regulamenta o teletrabalho no âmbito do Poder Judiciário. https://atos.cnj.jus.br/files/resolucao_227_15062016_17062016161058.pdf

Brasil. Conselho Nacional de Justiça. (2020). Resolução nº 343, de 9 de setembro de 2020: Institui condições especiais de trabalho para magistrados(as) e servidores(as). https://atos.cnj.jus.br/files/original170128202009255f6e22685ff50.pdf

Brasil. Tribunal Superior Eleitoral. (2018). Resolução nº 23.586, de 13 de agosto de 2018: Institui a Política de Gestão de Pessoas no âmbito da Justiça Eleitoral. https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2018/resolucao-no-23-586-de-13-de-agosto-de-2018

Cartmill, P. (2020). Teletrabalho durante e após a pandemia da COVID‑19: Guia prático. Organização Internacional do Trabalho. https://www.ilo.org/sites/default/files/wcmsp5/groups/public/@europe/@ro-geneva/@ilo-lisbon/documents/publication/wcms_771262.pdf

Carvalho, A. P., & Fincato, P. (2018). Formação e capacitação para o trabalho remoto: Uma análise das necessidades e desafios. Revista Gestão & Tecnologia, 18(3), 98–115.

Ceará. Tribunal Regional Eleitoral do Ceará. (2021). Resolução nº 814, de 14 de maio de 2021: Institui a Política de Gestão por Competências no âmbito do TRE/CE. https://www.tre-ce.jus.br/legislacao/compilada/resolucao/2021/resolucao-no-814-de-14-de-maio-de-2021

Ceará. Tribunal Regional Eleitoral do Ceará. (2023). Resolução nº 936, de 15 de março de 2023: Aprova o Programa de Gestão por Competências do TRE/CE. https://www.tre-ce.jus.br/legislacao/compilada/resolucao/2023/resolucao-no-936-de-13-de-marco-de-2023

Chiaretto, P., Cabral, L., & Resende, A. (2018). Segurança da informação no teletrabalho: desafios e boas práticas. Revista Brasileira de Segurança da Informação, 4(2), 45–60.

Cingö, F., & Akdoğan, A. (2019). The role of organizational citizenship behavior in organizational effectiveness. Journal of Business Research, 101, 390–398.

Compton, W. C., & Hoffman, E. (2019). Positive psychology: The science of happiness and human strengths (4th ed.). New York: Routledge.

D’Angelo, L., & Arruda, G. (2020). O direito à desconexão e suas implicações no contexto do teletrabalho. Revista do Direito do Trabalho, (138), 139–158.

Davenport, T. H., & Prusak, L. (1998). Conhecimento empresarial: Como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus.

Dutra, J. S. (2017). Gestão do capital humano: Conceitos, processos e ferramentas. São Paulo: Atlas.

Eisenberger, R., Huntington, R., Hutchison, S., & Sowa, D. (1986). Perceived organizational support. Journal of Applied Psychology, 71(3), 500–507.

Estevam, I. D., Formiga, N. S., & Gibson, M. L. S. G. (2024). Replicação do modelo mediacional entre suporte organizacional, capital psicológico e saúde geral em profissionais da saúde durante a pandemia da COVID-19 no Rio Grande do Norte. Revista Brasileira de Previdência, 14(1), 254–282. https://doi.org/10.21902/rbp.v14i1.7214

Estevam, I. D., Formiga, N. S., & Gibson, M. L. S. G. (2024). Replicação do modelo mediacional entre suporte organizacional, capital psicológico e saúde geral em profissionais da saúde durante a pandemia da COVID-19 no Rio Grande do Norte. Revista Brasileira de Previdência, 14(1), 254–282. https://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/previdencia/article/view/7214

Fisher, C. D. (2010). Happiness at work. International Journal of Management Reviews, 12(4), 384–412.

Formiga, M. J., Freire, I., & Fernandes, L. (2019). A gestão de pessoas e o engajamento organizacional: Novos desafios e perspectivas. Revista de Administração Contemporânea, 23(1), 45–60.

Formiga, N. S., et al. (2021). Organizational support, psychological capital at work and future expectancy in the Brazilian workers. Research, Society and Development, 10(3), e27510313352. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13352

Formiga, N. S., Pedro, N. M., & Fernandes, A. J. (2024). Verificação de um modelo teórico e diferenças entre suporte organizacional, capital social e atitudes inovadoras em trabalhadores brasileiros e africanos. Percurso, 3(48). https://doi.org/10.21902/RevPercurso.2316-7521.v3i48.7434

Franco, J. B. M., & Formiga, N. S. (2022). Cultura organizacional, capital psicológico positivo e transtorno emocional em trabalhadores de organizações públicas e privadas nas cidades de Natal-RN e João Pessoa-PB. Boletim da Academia Paulista de Psicologia, 42(102), 82–95. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2022000100009

Giglio, C. R. F. S., Galegale, N. V., & Azevedo, M. M. (2018). Vantagens do teletrabalho: Análise da produção científica nos principais congressos brasileiros. GEPROS. Gestão da Produção, Operações e Sistemas, 13(4), 128–143.

Gratton, L. (2020). The new long life: A framework for flourishing in a changing world. Londres: Bloomsbury Publishing.

Harff, B. (2017). The right to disconnect: French labor reform and its implications. International Journal of Comparative Labour Law and Industrial Relations, 33(2), 233–248.

Johns, T., & Gratton, L. (2013). The third wave of virtual work. Harvard Business Review, 91(1), 66–73.

Lastres, H. M., & Albagli, S. (1999). A desmaterialização da economia: uma nova dimensão do capitalismo. Revista Brasileira de Inovação, 1(1), 7–31.

Leite, A. L., Lemos, D. C., & Schneider, W. A. (2019). Teletrabalho: uma revisão integrativa da literatura internacional. Contextus – Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 17(3), 189–209.

Losekann, R. G. C. B., & Mourão, H. C. (2020). Desafios do teletrabalho na pandemia COVID-19: quando o home vira office. Cadernos de Administração, 28, 71–75.

Luthans, F., & Avolio, B. J. (2014). Psychological capital. New York: Oxford University Press.

Luthans, F., Luthans, B. C., & Luthans, K. W. (2004). Positive psychological capital: Beyond human and social capital. Business Horizons, 47(1), 45–50.

Luthans, F., Youssef, C. M., & Avolio, B. J. (2007). Psychological capital: Developing the human competitive edge. Oxford: Oxford University Press.

Macedo, L. C., & Xerez, P. E. (2016). Direito à desconexão: um desafio para a saúde do trabalhador. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 41, e18.

Marcon, C. S., Urpia, A. G. B. C., & Macuch, R. (2021). O papel do indivíduo para a cultura organizacional. Revista Ciências Humanas, 14(1). https://doi.org/10.32813/2179-1120.2021.v14.n1.a718

Nogueira, A. P. S., & Oliveira, Á. F. (2022). Impacto da percepção de suporte organizacional e capital psicológico no bem-estar no trabalho. Psicologia: Ciência e Profissão, 42, e238418. https://doi.org/10.1590/1982-3703003238418

Nohara, J. J., et al. (2010). O teletrabalho na percepção dos teletrabalhadores. RAI – Revista de Administração e Inovação, 7(2), 150–170.

Organização Internacional do Trabalho (OIT). (2016). Trabalho a distância: conceitos e questões. Genebra: OIT.

Pires, D., Nunes, C., & Nunes, E. (2015). Psicologia Positiva e bem-estar: uma abordagem contemporânea. Revista Brasileira de Psicologia, 20(3), 280–295.

Podsakoff, P. M., MacKenzie, S. B., Lee, J.-Y., & Podsakoff, N. P. (2003). Common method biases in behavioral research: A critical review of the literature and recommended remedies. Journal of Applied Psychology, 88(5), 879–903.

Sena, J. V., et al. (2024). Perception of organizational support, knowledge management and intention to turnover in workers in the city of Natal – RN. Seven Editora, 19–39. https://sevenpublicacoes.com.br/editora/article/view/4996

Silva, C., & Reis, F. (2015). As novas configurações do trabalho e seus impactos na subjetividade. Revista Psicologia & Sociedade, 27(1), 10–20.

Souza, M. H., & Dias, A. (2020). O papel do suporte organizacional no bem-estar dos trabalhadores em home office. Revista Psicologia em Estudo, 25, e123456.

Torres, A. R. A., Chagas, M. I. O., Moreira, A. C. A., Barreto, I. C. H. C., & Rodrigues, E. M. (2013). O adoecimento no trabalho: repercussões na vida do trabalhador e de sua família. SANARE - Revista de Políticas Públicas, 10(1). https://sanare.emnuvens.com.br

Downloads

Publicado

31-08-2025

Edição

Seção

Artigos