ESTRATÉGIA DA DISTINÇÃO CULTURAL DO ENSINO MÉDIO PRIVADO EM GOIÁS-BRASIL: O RANKING DO ENEM COMO MENÇÃO DA QUALIDADE
Resumen
Este trabalho busca compreender o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para além de seu caráter regulador e hoje quase hegemonicamente política de ingresso oficialmente concebida como estratégia de democratização do acesso às Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas Federais. Pretende-se indagar suas significações e consequências no bojo de seu objetivo avaliador em tempos de disputas pelos padrões de qualidade. Todos os anos, no Brasil, o Ministério da Educação (MEC) coordena este exame nacional e ao divulgar os seus resultados possibilita a construção mercadológica de rankings das melhores escolas do país e por região. Ao fazê-lo isso, o exame extrapola sua finalidade avaliativa ao classificar e hierarquizar os estados da federação, instituições escolares, certificação cultural do padrão privado de excelência escolar, ainda que os dados oficiais do MEC confirmem que a rede pública no ano de 2013 era responsável por 85,32% das matrículas neste nível de ensino. Estas reflexões orientadas pela perspectiva bourdieusiana permitem considerar que os rankings do ENEM, em sua dimensão propagandística e midiática, constitui uma forma simbólica de classificação e hierarquização das instituições escolares de ensino médio submetida ao propósito da distinção como parâmetro de reconhecimento da qualidade do ensino médio privado pela lógica orientada por políticas neoliberais as quais insistem negar que a educação escolar obrigatória é um direito público subjetivo e não um serviço público, portanto mercadoria. O estado de Goiás, neste estudo, está sendo tomado como exemplo.
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